Trocar o trânsito enlouquecido por uma caminhada tranquila até o trabalho.
Trocar aquela videoconferência insípida por um café animado com um amigo.
Trocar um passeio no shopping por uma trilha no parque.
Trocar as brigas nas redes sociais por um piquenique com amigos de verdade.
Trocar o carro do ano por uma bicicleta vintage com muitos anos.
Trocar o terno e gravata pela camiseta preferida.
Trocar os arquivos virtuais pelo cheirinho de um bom livro.
Trocar aquele fast food do intervalo por uma refeição preparada com a família.
Trocar o apartamento opulento por uma casinha miúda na praia ou no campo.
Trocar aquelas reuniões intermináveis por um mergulho no mar.
Trocar o streaming de músicas pelo dedilhado de um violão acústico e pelo coro dos amigos.
Trocar alertas virtuais pelo ritmo da natureza e do próprio corpo.
Trocar as mensagens de texto por abraços apertados.
Trocar a frieza das máquinas pela delicadeza do ser humano.
Abandonar tudo o que esconde a vida, tudo o que impede a vida.
Porque viver com intensidade não é viver hiperconectado e com uma velocidade alucinante. Pelo contrário, a vida intensa está nas coisas simples e no ritmo lento.
Os velhos já sabem disso. Os sábios de qualquer idade aprendem isso. Só que esquecemos de praticar e de passar adiante este ensinamento.
É preciso saltar deste trem descarrilhado da modernidade cibernética e desumanizante que corre rápida e superficialmente nos impedindo de ver e de sentir a vida verdadeira.
E despir o cotidiano de tudo que não seja vida.
Tirar da vida tudo o que não é vida.
